O que exatamente é o origami?
Literalmente
“dobrar papel“. A palavra “origami” vem da união de duas palavras em japonês,
“ori” vem do verbo “oru” que significa dobrar e “gami” vem de “kami” que
significa papel e quando ditas juntas o “k” é substituído por “g”, ou seja
“origami” pode ser entendido como “a arte de dobrar papel”.
O
origami é uma tradição japonesa que consiste em criar determinadas figuras
dobrando uma folha de papel, sem cortá-la ou colá-la. Normalmente o papel usado
é quadrado, e as faces podem ou não ser de cores e/ou estampas diferentes.
Como
surgiu o Origami

Quando o papel foi introduzido no Japão entre
os séculos VI e X por monges budistas chineses, ele somente era acessível à
nobreza, por se tratar de um produto de luxo, utilizado em festas religiosas e
na confecção dos moldes dos quimonos. Os japoneses transmitiam as figuras que
criavam através da tradição oral, onde as formas eram passadas de mãe para
filha. Como nenhum desenho tinha sido registrado em livros até então, somente
as dobraduras mais simples eram mantidas. As primeiras instruções escritas
sobre o Origami apareceram em 1797 com a publicação do 'Senbazuru Orikata'
(Como Dobrar Mil Garças). Só então, a partir da fabricação do seu próprio
papel, o restante da população começou a aprimorar essa arte secular do
Origami, que deixou de ser transmitida somente de pais para filhos, desde 1876,
passando a fazer parte integrante do currículo escolar desse país. A palavra
'Origami' foi cunhada em 1880 a partir das palavras 'ori' (dobrar) e 'kami'
(papel). Antes disto essa arte era conhecida como Orikata.
Durante séculos, nesse país do Sol Nascente
(como é chamado o Japão), Origamis representando determinados objetos eram
queimados no ritual dos funerais, com a intenção de que os espíritos das
pessoas falecidas pudessem assim obter em outras vidas tudo que almejavam. De
fato, a palavra que significa papel, 'kami'. As figuras associadas às
cerimônias Xintoístas permaneceram intocadas através dos séculos.
Cédulas imitando dinheiro e postas em
envelopes vermelhos, confeccionados em Origami, eram também queimados durantes
as festas de casamento, a fim de trazer prosperidade ao casal.
As várias maneiras de se dobrarem papéis possuem
diferentes significados simbólicos no Oriente. Assim, pois, no Japão o sapo
representa o amor, a fertilidade; a tartaruga, a longevidade, e o tsuru
(ave-símbolo do Origami), também conhecido por grou ou cegonha, significa boa
sorte, felicidade, saúde. Diz ainda a lenda que quem fizer mil tsurus, com o
pensamento voltado para aquilo que deseja alcançar, terá bons resultados.

A invenção do papel há cerca de 2.000 anos
possibilitou aos japoneses criarem a fascinante arte da dobradura - origami -
que reúne ricas simbologias, retratando a história e o folclore do Japão.
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Papéis para Origami

Mas não é necessário ir até o Japão para comprar papel para Origami;
aqui mesmo em nosso país encontram-se em muitas papelarias que oferecem papéis
legítimos, ou similares adequados. Para facilitar, é possível comprar papéis
para origami via internet.
Há muitos tipos de
papel apropriados para o Origami, inclusive o de boa qualidade, utilizado para
empacotar presentes. Ao escolher o papel verifique se é fácil dobra-lo e se o
vinco permanece firme no lugar. O papel não deve rasgar, esticar, nem curvar-se
ao ser dobrado; assim, deve ser ao mesmo tempo fino e firme.
Comprar o papel, selecionar as cores e os desenhos que combinam com os
modelos que se deseja fazer, já é um prazer em si, quando você adquirir um
pouco de prática nas dobraduras, descobrirá que escolher o papel é uma parte
especial da arte do Origami, tão gostosa quanto fazer as figuras.
Sadako e o TSURU da Paz
Uma crença popular ficou associada a uma história que aconteceu no
pós-guerra depois da explosão das bombas nucleares que atingiram milhares de
civis, mulheres, idosos, e muitas crianças...
Uma dessas
crianças chamava-se Sadako Sasaki, que com dois anos de idade vivia a uma
distância considerável do local da explosão. Sadako sobreviveu sem aparentar
efeitos nocivos e viveu uma infância feliz, a brincar.

Dez anos se
passaram e Sadako cresceu forte, sensível e bonita. Aos doze anos Sadako
gostava muito de correr. Um dia, muito cansada, caiu. Foi levada para o
hospital onde descobriram que tinha Leucemia, denominada na altura como "Doença
da Bomba", pois se tinha desenvolvido devido a exposição à radiação.
Uma vez no
Hospital, todos os dias a sua melhor amiga levava bonitos papéis e a ensinou a
dobrar o pássaro TSURU. Juntas dobravam, e juntas falavam da lenda dos 1000
TSURUS, quem os fizer o seu desejo se realizará, assim o dizem. Por cada
TSURU dobrado, o desejo era sempre o mesmo - para ficar bem.
A menina
Sadako mais tarde decidiu que, mesmo com muito esforço, terminaria os mil
TSURUS pensando e pedindo para que nunca mais nenhuma criança tivesse que
sofrer os males da guerra.
No dia 25 de
Outubro de 1955, Sasako dobrou o seu último TSURU nº 644, não resistiu à doença
e nesse dia se tornou mais um dos muitos acidentes de uma guerra que tinha
terminado dez anos atrás.
Os seus
colegas da escola acabaram os restantes 366 TSURUS que faltavam para homenagear
a memória e pedido de Sadako e participaram do seu desejo de que bombas de
destruição massiva não seriam utilizadas novamente. Os 39 colegas de turma da
menina Sadako conseguiram mobilizar mais de 3000 escolas no Japão e nove de
outros países e assim conseguiram juntar a quantia necessária para a construção
do "Monumento das crianças à Paz"(1958), localizado no parque da Paz,
em Hiroxima.
Ficou um
monumento para homenagear Sadako, tal como todas as crianças que morreram
devido à guerra, que mais tarde se tornou um símbolo internacional da Paz.
Todos os anos,
milhares de crianças visitam o memorial trazendo cadeias de TSURUS dobrados
para colocar na sua base. Cada um TSURU é uma oração e o desejo de milhares
pela Paz.